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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MEC estuda plano de filmar aulas de universidades e publicá-las na internet

Lucas Nanini 
Do G1, em Brasília

Aloizio Mercadante participou de palestra com Salman Khan nesta quarta.
Professores de SP usam vídeos da Khan Academy para ensinar alunos.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (16) que o MEC deve implantar até o final deste ano um plano para publicar na internet o conteúdo oferecido nas salas de aula das universidades brasileiras. O anúncio foi feito durante palestra do educador norte-americano Salman Khan no auditório do Ministério da Educação nesta quarta, em Brasília.

Segundo o ministro, a medida ainda está em fase de estudos. As aulas seriam filmadas e o conteúdo seria publicado na internet sem custo para a universidade. A adesão por parte das instituições seria voluntária.

“Isso vai abrir um espaço novo para produzir conteúdo multimídia, que vai estimular as novas gerações a se conectar e a se comunicar. Os resultados mostram que a educação digital melhora o desempenho do aluno. A expectativa é que o aluno possa assistir a aulas de todas as universidades a qualquer hora e em qualquer lugar”, afirmou o ministro.

A visita de Salman Khan, que é formado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT, na sigla em inglês) e pela Universidade Harvard, ao Brasil inclui, além da palestra no MEC, um encontro com a presidente Dilma Rousseff na tarde desta quarta. Na manhã da quinta-feira (17), ele participa de um evento em São Paulo com parceiros da Fundação Lemann.

Aula pela internet

Mercadante também anunciou que vai adotar os vídeos da Khan Academy, fundada pelo educador americano Salman Khan, nos tablets que devem ser distribuídos pelo MEC aos professores da rede pública a partir do primeiro semestre deste ano. Os professores vão trabalhar o conteúdo produzido pela instituição nas aulas complementares, segundo o ministro.

Em São Paulo, alunos do quarto e quinto anos do ensino fundamental de 200 escolas públicas do estado terão acesso às aulas de matemática produzidas pela equipe de Khan a partir deste ano letivo. O programa é implementado pela Fundação Lemann e teve início no segundo semestre de 2012, com um projeto-piloto em 45 escolas municipais da capital.

A fundação, em parceria com o Instituto Natura e o Instituto Península, é responsável pela versão em português dos vídeos da Khan Academy. A instituição já produziu 3,8 mil aulas de diversas disciplinas, como matemática, química, física, biologia. Khan afirmou, durante a palestra desta quarta, que as aulas são acessadas mensalmente por mais de 6 milhões de pessoas. Em português, já são mais de 400 vídeos e mais de 1,6 milhão de visualizações.

Segundo o diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, a avaliação inicial do projeto mostra que os alunos têm mais interesse pelas aulas com a utilização da metodologia criada por Khan. “O entusiasmo do aluno é maior, o nível de uso da internet aumenta e o número de faltas diminui.”

Tecnologia e educação


Em sua palestra, Khan afirmou que o uso da tecnologia na educação permite individualizar o ensino. Com isso, as chances de aprender são maiores e os próprios alunos podem ajudar a compreender as lições.

"Muitos acreditam que a tecnologia vai fazer uma coisa desumana, mas a tecnologia faz com que a sala de aula se torne mais humana, há mais interação entre os alunos e os professores, entre os alunos e outros alunos. Disponibilizar a aula em vídeo faz com que o aluno que não entendeu uma lição possa parar, ouvir de novo, de uma forma que não haja estresse, sem ser questionado por que não entende, sem constrangimentos”, disse.

Na opinião de Khan, o sistema de ensino adotado pelas escolas é do século 17. Por esse modelo, o aluno é muito passivo. “Todos seguem no mesmo passo, determinado pelo professor. Se você deixa o aluno seguir o próprio passo, ele aprecia de forma melhor e aprende mais”, afirmou o educador.

Para ele, permitir ao aluno acessar o conteúdo das aulas pela internet torna mais democrático o acesso à educação. "Um problema do ensino sempre foram os custos. Você pensa em um modelo para melhorar o desempenho dos estudantes e pensa: 'é caro'. Com esse novo modelo, não. O que o rico tem acesso o pobre também tem acesso. É o direito humano de ter acesso à educação”, diz.

Apesar de defender o uso da metodologia como ferramenta para ensinar, o educador diz que todos os meios que auxiliam o aluno a reter a informação e obter o conhecimento são importantes. “O giz, o papel, o tablet, a internet, tudo pode tornar o ensino mais humano e melhorar o potencial dos alunos.”

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Com aulas digitais, nota sobe até 30% no Rio

do ESTADÃO

Educopédia oferece material de apoio a professores e alunos de escolas municipais

HELOISA ARUTH STURM / RIO , PAULO SALDAÑA - O Estado de S.Paulo

O uso de tecnologia nas salas de aula na cidade do Rio de Janeiro começa a dar resultados. As 19 escolas que adotaram sistematicamente o uso da Educopédia, plataforma de aulas digitais, registraram notas bimestrais de 20% a 30% melhores do que o restante da rede municipal.

O projeto, que inclui material de suporte aos professores, com planos de aula e jogos pedagógicos, atinge parcialmente 75% das escolas da rede, com uma frequência que varia de uma escola para outra. Pesquisa feita com os alunos mostra que 75% deles acreditam que suas notas melhoraram por conta do uso da plataforma.

O projeto, iniciado há três anos, recebeu até agora um investimento de R$ 20,1 milhões. A maior parte, R$ 15 milhões, veio da Prefeitura. O restante foi pago pelo governo federal, principalmente com bolsas para professores que foram capacitados.

Segundo o subsecretário municipal da Educação, Rafael Parente, mentor da Educopédia, cerca de 12 mil professores já passaram por algum tipo de capacitação da plataforma, seja no modo presencial ou a distância.

O princípio de compartilhamento é essencial. A secretaria se apropria de conteúdos abertos, como vídeos e jogos - sempre avaliados - e também disponibiliza tudo que produz na internet, gratuitamente, para quem quiser usar. "A gente não consegue produzir tudo de uma vez, então primeiro faz uma busca para estabelecer parcerias com o que tem disponível. A tendência é que vamos continuar revisando e melhorando. Estamos colocando um botão para que os usuários possam fazer sugestões e críticas", diz ele.

A Prefeitura investiu R$ 2 milhões na produção de conteúdo. Outras cinco cidades já adotaram a Educopédia. "Os Estados de Pernambuco e da Bahia devem começar parcerias em breve. Mas 200 municípios acessam a plataforma com frequência semanal", diz Parente.

Em sala. Desde que passou a usar a Educopédia, o aluno Pablo Gomes da Silva, de 13 anos, sentiu que passou a acompanhar as aulas com mais atenção. "Dá mais foco. Quando a gente está falando fica menos concentrado, mais disperso." Matheus Pereira, de 15, concorda. "Antes eu ficava muito desligado com as conversas. Agora, deixamos isso de lado." As aulas de ciências são as preferidas dos estudantes do 8º ano para usar a ferramenta.

Os dois são alunos da escola municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí, zona norte do Rio. A unidade foi uma das primeiras a implantar a ferramenta em sala de aula, há três anos.

Marco Giraldez Carrera, professor de ciências e matemática da turma, tem uma explicação: "O material disponível é mais visual. Há uma série de vídeos mostrando, por exemplo, o funcionamento do sistema digestivo. Na aula sobre o sistema nervoso, dá para ver a sinapse funcionando", explica, entusiasmado.

A força da tecnologia é visível. Como é comum ocorrer nas salas de aula do 8º ano, o bate-papo e as piadinhas entre os estudantes são constantes quando o professor entra na classe. De repente os garotos, até então hiperativos e falantes, ficam em silêncio, quase hipnotizados.

É só ligar o computador que o comportamento da turma muda. As conversas paralelas quase somem e dão lugar ao diálogo entre alunos e professor. Mas nem tudo está resolvido.

Os estudantes ainda enfrentam dificuldades para acessar o conteúdo em sala, por problemas de conexão na rede Wi-Fi. A velocidade da internet diminui sensivelmente quando todos os netbooks são ligados. Nessa hora, é preciso ter muita paciência. Enquanto os alunos esperam, o professor aproveita para relembrar o último tema abordado.

Para a coordenadora pedagógica da escola, Carla Aida, a principal vantagem da Educopédia é oferecer um conteúdo interativo que pode ser adaptado às necessidades de cada classe. "Quando as coisas são impostas, cria-se muita resistência. O fato de não ser obrigatório agrada a alunos e professores, e todo mundo se apropria da ferramenta", avalia.

Os alunos também podem acessar todo o conteúdo da plataforma em casa. A estudante Gabrielle Xavier Fernandes, de 15 anos, costuma fazer alguns dos exercícios na companhia do irmão mais velho, que também usa a ferramenta. "Quando estou com dúvida em alguma matéria, ele me ajuda usando a Educopédia", conta.

Para o professor Lindomar Araújo, trata-se de "uma plataforma para dar autonomia para o aluno, para vencer aquela barreira delimitada pelo quadrado da sala de aula".

Piloto. A escola é uma das 19 integrantes do projeto Ginásio Experimental Carioca (GEC), da Secretaria Municipal de Educação, onde os estudantes acompanham as aulas em período integral e os professores são polivalentes, ensinando mais de uma disciplina e com um trabalho em regime de dedicação exclusiva.

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