domingo, 14 de agosto de 2011

Enfim, o badalado tablet chega à sala de aula

Da VEJA Tecnologia:
Escolas brasileiras de ponta começam a testar o dispositivo, obedecendo a duas pregações de especialistas: preparar professores para o uso da tecnologia e transformar a máquina em ferramenta pedagógica
Nathalia Goulart

No retorno à escola após as férias de julho, estudantes do nono ano do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, cercaram a professora de ciências Sandra Gruenwald Peres com única pergunta: quando começariam as aulas sobre tabela periódica. A razão para tamanha ansiedade é o fato de que o conteúdo de química, tradicionalmente abordado a partir de um cartaz afixado na parede, passaria a ser apresentado com ajuda de um novo aliado da educação: o tablet. Com o dispositivo em mãos, alunos de 14 anos interagem com representações gráficas dos elementos químicos, exibidos em movimento e até em terceira dimensão. "Conseguimos despertar o interesse dos alunos por um assunto considerado desinteressante pela maioria. É uma vitória", diz Sandra. Os resultados da introdução de cem tablets em sala de aula serão avaliados até o fim do ano. Mas o colégio já tem uma certeza: "É um caminho sem volta, pois a nova geração demanda também da escola a adoção de tecnologias de ponta", diz Renata Guimarães Pastore, diretora de tecnologia da educação, divisão recém-criada pelo Porto Seguro para lidar com o assunto.

Leia mais sobre o assunto:
Na 2ª-feira: entrevista com Christopher Dede, da Universidade Harvard
Na 3ª-feira: entrevista com Simão Marinho, do programa Um Computador Por Aluno

"Graças a dispositivos como tablets e smartphones, é possível, pela primeira vez, unir de maneira tão integrada o mundo dentro e fora da escola", sentencia Christopher Dede, professor da Faculdade de Educação da Universidade Harvard e especialista em tecnologia. Trata-se, portanto, de uma grande oportunidade para a educação – não há por que duvidar. Os tablets são portáteis, permitem consumir, produzir e compartilhar conteúdos como textos, fotos e vídeos, possibilitam interatividade e conexão à internet. Tudo isso pode significar uma transformação para a velha escola, praticamente estacionada no século XIX, com quadros negros e aulas expositivas. A despeito disso, o tablet não deve ser encarado como uma panaceia para a área de educação. Para que a maquininha dê frutos, concordam especialistas, é preciso conferir a ela uso e conteúdo pedagógicos.
"Sou a favor do uso de tablets na escola, mas não sem salientar que eles precisam ser utilizados de maneira inteligente", pontua Christopher Quintana, professor da Universidade de Michigan e também especialista em tecnologia. "Não se trata apenas de usar uma nova tecnologia. O trabalho da escola deve ser envolvê-la em seu projeto pedagógico e determinar objetivos claros para a ferramenta”, acrescenta o especialista. O desafio de transformar máquinas em ferramentas educacionais não é novo. Ele ocupa a escola há pelo menos uma década, quando os computadores passaram a integrar a realidade acadêmica. É a partir dessa experiência que pesquisadores, no Brasil e no mundo, apontam caminhos para os novos aparatos, como os tablets que, cedo ou tarde, chegarão às mãos dos estudantes. Continue a ler a reportagem

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