quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aulas digitais conquistam alunos

Usados para estimular a educação de jovens, equipamentos modernos dependem do envolvimento de professores para serem bem aproveitados


Fonte: Gazeta do Povo (PR)

A aposta de colégios paranaenses em aliar tecnologia ao ensino está crescendo e ao mesmo tempo despertando a atenção de especialistas sobre os reais benefícios que estes investimentos trazem aos alunos. Ontem, o Colégio Dom Bosco, de Curitiba, entregou tablets – computadores portáteis em formato de prancheta – a parte de seus alunos.

Amanhã, haverá o lançamento oficial de um projeto da prefeitura de Tibagi, nos Campos Gerais,que irá dispor equipamentos de multimídia a todas as Escolas da rede municipal.


No Dom Bosco, a iniciativa faz parte de um projeto do grupo e da empresa que controla suas operações, o Sistema Educa­cional Brasileiro (SEB). Suas inovações em tecnologia ganharam fôlego em 2008, quando foram implantadas lousas interativas digitais. No ano passado, alunos de duas séries receberam computadores portáteis (netbooks) com acesso à internet.


Dicas

Veja o que os pesquisadores Márcio Rogério Martins e Gláucia da Silva Brito apontam como necessário para o bom uso dos recursos tecnológicos no dia a dia das aulas:

- A tecnologia deve fazer parte de um processo de ensino diferenciado, não servindo apenas como uma nova ferramenta para um formato convencional.


- Utilizar novos recursos não significa desprezar os métodos tradicionais. A tecnologia depende dos temas e usos planejados para cada conteúdo.


- É essencial que o professor seja valorizado na criação do projeto, podendo influenciar na sua metodologia.


- Além de auxiliar no ensino dos conteúdos, os projetos também devem estimular os alunos ao uso consciente dos equipamentos tecnológicos.


“Para 2011, mantivemos parte da distribuição dos netbooks e começamos a levar os tablets a todos os alunos do 1.º ano do ensino médio de uma de nossas sedes”, explica Durval Antunes Filho, diretor-geral do Grupo Dom Bosco. A novidade chegou a 650 alunos. Mais 2,4 mil tablets serão entregues a alunos de outras Escolas do SEB.


O projeto de Tibagi diz respeito a um conjunto de equipamentos que auxiliarão as aulas em nove Escolas do município. Os kits contam com lousas multimídia interativas, projetores, computadores portáteis e canetas para projeção.


As Escolas estão sendo equipadas desde maio, enquanto os professores são treinados para o uso do equipamento, o que deve auxiliar no ensino de 2,7 mil alunos. Os investimentos totalizam R$ 1 milhão.


Além da tecnologia

A compra de computadores e equipamentos pode ser bem vista por professores e alunos, mas apenas o investimento em tecnologia não é capaz de “revolucionar” o ensino. Quem garante é a professora e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná, Gláucia da Silva Brito.

Para Gláucia, o ponto mais importante não é apenas o de disponibilizar os equipamentos, mas ter a tecnologia envolvida em um bom projeto educacional – o que envolve a necessidade de aprendizagem dos alunos, o potencial dos equipamentos e a participação dos professores no processo.


O diretor do Dom Bosco concorda. “O computador por si só não faz nada, mas, atrelado ao conteúdo desenvolvido para ele, pode ser um diferencial para facilitar o trabalho do docente e estimular os jovens”, diz Antunes.


De qualquer forma, Gláucia defende que a tecnologia deve ser vista como fundamental. “Os adolescentes já chegam à Escola muito avançados no tema e a questão passa a ser o modo pelo qual o professor vai conseguir decidir os meios e momentos de usar a tecnologia”, defende a pesquisadora.


Márcio Rogério Martins, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também vê o papel do professor como fundamental no uso de tecnologias educacionais. Para ele, o ganho dos alunos pode ser maior quando há um estímulo permanente dos docentes diante das potencialidades dos recursos tecnológicos no processo de ensino.

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