Currículo defasado e falha na capacitação são desafios na formação de docentes
SAMIA MAZZUCCO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Currículos acadêmicos desatualizados e falha nos programas de capacitação e de avaliação dos docentes. São esses os desafios apontados pelos especialistas na qualificação de professores para trabalhar com as TICs (tecnologias da informação e comunicação) em sala de aula -do ensino infantil a universidades.
Segundo eles, a reforma dos currículos é uma das prioridades, porque é preciso formar um novo professor, para que a tecnologia seja um instrumento que atraia este novo aluno, cada vez mais "multitarefa".
Pesquisa da Fundação Victor Civita, em parceria com o Ibope e o Laboratório de Sistemas Integráveis da USP, mostrou que 70% dos entrevistados dizem estar pouco ou nada preparados para usar tecnologia na educação. A pesquisa, que ouviu 400 escolas públicas em 12 capitais brasileiras em 2009, também revelou que apenas 116 dessas instituições (29%) ofereceram cursos de capacitação para seus funcionários.
O bom uso das novas tecnologias auxilia professores na diversificação e no desenvolvimento das aulas, além de motivar os estudantes.
EFEITOS
É consenso entre os especialistas que ainda não é possível medir com precisão os efeitos do uso das novas tecnologias. O investimento recente em capacitação de docentes e a falta de mecanismos de avaliação são alguns dos motivos.
É consenso entre os especialistas que ainda não é possível medir com precisão os efeitos do uso das novas tecnologias. O investimento recente em capacitação de docentes e a falta de mecanismos de avaliação são alguns dos motivos.
"Uma proposta é a autoavaliação, em que a escola reflita o uso pedagógico da tecnologia e gere relatórios para os gestores avaliarem os programas de formação", diz Maria Inês Bastos, consultora em novas tecnologias para educação da Unesco.
A única certeza é que o uso das tecnologias torna o aprendizado mais atraente.
Para Bastos, o modelo massificado de educação "está falindo ou já está falido". Por isso defende o uso da tecnologia como aliada do professor, que precisará saber estimular a criatividade e a troca de conteúdo entre os seus próprios alunos.
Fonte: Folha de S. Paulo (SP)
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