Despertar o interesse pela sala de aula em uma geração de crianças que desde cedo já é craque no uso do computador e do videogame não é fácil. Por isso, muitas escolas resolveram aproveitar melhor a tecnologia na educação e estão usando cada vez mais os jogos educativos de computador.
A oferta de boas ferramentas na internet não é grande. Por isso, algumas escolas têm criado os seus próprios jogos, inclusive com a ajuda dos alunos.
Nesse processo, o estudante não só aprende a matéria, como entra em contato com a informática e desenvolve habilidades ligadas a lógica e raciocínio.
No colégio São Luís, de São Paulo, os alunos do fundamental desenvolvem durante o ano letivo um jogo com o professor William Ribeiro, assessor de informática educativa do colégio.
Eles contam também com a ajuda de professores de outras disciplinas para orientá-los no tema escolhido para o game. "O interesse é tanto, que muitos alunos passam o recreio fazendo os jogos", diz Ribeiro.
Reforma ortográfica
Na escola Passo a Passo, de Votuporanga (521 km de SP), as crianças contribuem com imagens fotografadas por elas e com a própria voz na confecção dos jogos. A tabuada e as regras da reforma ortográfica estão entre os temas que os alunos estudam brincando.
A ideia de desenvolver os jogos surgiu do técnico de informática Leandro Ferreira, 27. Aluno de pedagogia na Unifev (Centro Universitário de Votuporanga), ele pretende usar os jogos desenvolvidos com os estudantes na sua monografia.
O tema foi usado recentemente em outro trabalho universitário, na Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina).
Os recém-formados em sistemas de informação Rafael Souza Costa e Werner Krause Soares, ambos de 24 anos, criaram um jogo sobre as regras do hífen, alteradas pela reforma ortográfica. O jogo deve ser distribuído neste ano em escolas públicas de Santa Catarina.
Rafael e Werner contam que ficaram craques no hífen, mas que a ferramenta trabalha também com a percepção. O objetivo do jogador é pegar com um livro as palavras que respeitam as novas regras da ortografia. Só que, conforme se passa de fase, as palavras vão "caindo" cada vez mais rápido na tela.
Há também quem se aventure em testar conhecimentos de química. Na internet desde 2009, o Ludo Químico fez com que seu criador, Manoel Guerreiro, 29, tivesse que estudar para escolher as questões --todas tiradas de vestibulares-- cobradas no tabuleiro virtual. Agora, Manoel, aluno de licenciatura em química da Unesp, procura patrocinadores para ampliar o jogo.
Medo
Alguns professores ainda têm medo de usar os jogos nas aulas, diz Luís Carlos Petry, professor do curso de jogos digitais da PUC-SP. Para ele, isso deve mudar com o tempo, à medida que eles aprenderem a unir pedagogia e tecnologia.
É preciso, porém, tomar alguns cuidados, alerta Ana Lúcia Petty, coautora de "Os Jogos e o Lúdico na Aprendizagem Escolar" (Artmed). Os principais são não abusar do tempo passado em frente ao computador e checar se o conteúdo é adequado à faixa etária do estudante.
Folha de São Paulo
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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